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10/11/2010

Maconha com crack



Uma nova droga está sendo vendida no Rio de Janeiro: é o zirrê, uma mistura de maconha e crack, também conhecida como mesclado ou craconha. A droga é mais comum entre freqüentadores da Praia de Ipanema e já ganhou comunidades em sites de relacionamento na Internet, nas quais os usuários compartilham os modos de preparo.

Segundo Maria Thereza Costa de Aquino, coordenadora do Nepad, o Núcleo de Estudos e Pesquisas em Atenção ao Uso de Drogas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, a droga já existe no Rio de Janeiro há mais ou menos um ano.

"Eles dizem que a maconha, sendo relaxante, aumenta o efeito do crack, mas isso não é verdade. O sistema nervoso central é tão bem organizado, que ele limita o efeito de qualquer droga que o desorganize imediatamente. Por isso que o efeito do crack dura apenas alguns segundos", esclareceu a coordenadora a Sidney Rezende em entrevista na rádio CBN.

"Quem estuda o cérebro sabe que ele é o que há de mais nobre no corpo humano, e as pessoas brincam com essa matéria nobre, fazendo com que as drogas cheguem até o cérebro. A maconha, com seus canabinóides, que são substâncias alucinógenas, e o crack, que detona o cérebro. Não estou falando isso porque eu acho, estou falando isso porque trato de pessoas assim", advertiu Maria Thereza.

O próprio consumidor pode preparar o zirrê, depois de comprar, separadamente, a maconha e o crack. Há especialistas que acreditam que o coquetel surgiu para suprir um vazio no mercado.

"Quando uma pessoa me diz que descobriu uma droga nova, só tenho a lamentar. O objetivo é de mercado, com certeza. O mercado da droga é consumista, capitalista, cada vez mais oferece novos produtos para atrair consumidores", disse Maria Thereza.

"Minha palavra não é nem religiosa, nem moral. Eu sou apenas uma médica e todos os dias atendo de dez a quinze pessoas com esse problema. Então, repito: estou falando o que eu sei, não o que eu acho", conclui a coordenadora do Nepad no programa CBN Rio.

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